Vivem-se dias de confusão
Onde não há mundo que não se desfaça
Onde a certeza se constrói em solo movediço
E se vai perdendo afundada
Num endurecer de enguiço
Em todo um turbilhão de nada.
Assim se monta e desmonta
Um coração em mil andaimes
Seguro sobre uns e outros tantos
Fonemas e idiomas distantes
Perpetuando-se o teatro de desencantos
Em olhares que se procuram por instantes