No centro do Isolamento
Segunda-feira, 26 de Setembro de 2005
[...]
Num cume erguido sobre uma cidade cinzenta
Vive tua alma triste e sorridente
Numa dicotomia latente
Onde me perco em solidão
Nem Deus sabe o que te apoquenta
Em cada suspiro, um trovão
Dessa tempestade em ti
Névoa de calmia em mim
Intempérie em teu coração...
Sexta-feira, 16 de Setembro de 2005
As palavras que te soltava
Já sentes falta das palavras que te soltava aos ouvidos
As que ecoavam doidas
Nas arcadas de teus pensamentos
Que arrancavam de ti consentimentos
Num uníssono de mil realejos
Esses, que já não ouves
Tal como meus lábios não provam teus beijos.
Terça-feira, 6 de Setembro de 2005
(sem título)
ardem nas mentes dos homens
sentimentos de inferno terreno
quando não existe verde que esquente o coração
numa frescura antagónica, comovente.
assim se sente o meu
em cinza angustiado
sem que nada cresça neste tecido envenenado
também ardem os calos nas mão dos homens
os mesmos que pintam o verde de negro
as folhas de cores moribundas
e vestem a paisagem de estio
de um Outono antecipado