No centro do Isolamento
Sábado, 28 de Maio de 2005
Marioneta
Alguém que me cale
Que impeça estes espasmos de alma
Que silencie e amordace
O absurdo que de mim emana.
Alguém que me mate as palavras a mais
O ridículo que de mim transborda
Que estanque tão perversa e descontrolada mente
Que me cale
E não diga nada
Alguém que me feche os olhos
Que sorria
Que seja eu antes
Que fale por mim
Que controle
A marioneta
O fantoche velho que sou.
Sexta-feira, 6 de Maio de 2005
Delírio
Onde?
Onde estão teus braços ausentes
Que me embalaram os dias quentes
Em que nossos corações proeminentes
Abalaram os costumes e as gentes?
Quem és tu?
Quem sou eu?
Quem fui eu
?
Nada
Agora menos que isso
E este meu corpo morre
Com o coração sumiço
Já não tolero os punhais que me atravessam
Já não encontro brandura
Nesta tacha que me prende o peito
Este amor que em mim perdura