O ar não se respira, incorpora-se qual alma num vaivém alucinante e doloroso. É como se o meu coração me apertasse o peito rancoroso por tão fria se ter tornado a atmosfera:"Sofram pulmões malditos que tanto forçais esta voz moribunda a expressar as palavras que não deve a quem nunca deviam os olhos ter alguma vez mirado". O peito, esse pesa e sangra, e o sangue sufoca as lacunas ínfimas e profundas do corpo.
São frios os dias, é frio murmúrio que me embala. Não existe em mim paixão que desperte outro refúgio, outro porto em tempestade e meu barco ainda sorve a água e afunda pelos rombos que sofreu nos baixios, recifes afiados, de outra enseada bela e traiçoeira, em encantos de moira e sereia.