No centro do Isolamento
Domingo, 25 de Julho de 2004
Poema de um (in)conformado
Nunca minha alma se balançou tão louca
Como nestes dias em que te vejo o rosto desvanecer
Sinto um ciclo de fogo que me corrói o ventre
Uma angústia perene que me ameaça sempre
Um castigo solene e constante, o de me veres sofrer.
Simplesmente, nem sei a sorte que tenho
O engano dorido que de repente
Se me fez desmoronar à frente
Todo um sonho que construí .
Felizmente...
Há sempre um dia que te surjo transfigurado
Esquecendo que muitas vezes um repetido fado
Não se torna no hábito decorrente
Onde tantas vezes me achei condenado.
Não sei que futuro me reservam estes dias de tórrida solidão
Mas se não tenho a certeza do que as minhas mãos vão laborar
Tenho convicto o amor que não desperdiço em ti
Fortalecido no dia em que te vi
E me viciaste o coração em te olhar.
Sábado, 17 de Julho de 2004
(Sem título)
Choro e choro...
Como que o ar da realidade me expandisse os pulmões pela primeira vez.
Nada...
Já não durmo numa seda de amor.
Já não te estou junto e placentário.
A alimentar-me vivo e dependente.
Choro, porque tenho de crescer só.
Sábado, 10 de Julho de 2004
Sobre mim
Um amor entre o sóbrio e a loucura
Faz e justifica o percurso sinuoso da minha vida.
Largo em palavras as imagens que construo em minha mente.
O inconstante que me faz diferente,
O insane poder da minha malograda sobrevivência
Que a tantos, e a mim, perturba.