No centro do Isolamento
Sábado, 26 de Junho de 2004
Sombras no futuro
O resto do tempo é um incógnita certeza para mim
Não sei se me espera um contínuo de felicidade
Não sei se desapareço, se permaneço
Seguro e arrogante,
Se me degenero e desaparece
O menino prodígio que sobre os meus ossos floresce.
E escrevo para exorcizar o negativismo que esquenta
Debaixo da minha pele de alegre
A corrosão da minha atordoada existência.
Um ou outro.
Um de mim estará longe
E vai-me secar o corpo e a mente...
Uma carcaça que ali se desvanece
O fim de um trilho, o herói que apodrece...
Cela
Estranho o eu que já não fala
O fumo mudo que se esvaiu à minha frente....
Sou mais um no meio desta gente
Que se vê orgulhosa neste êxtase intermitente.
Os dias crescem e eu morro diminuto
Como que a noite me estreitasse a vida com ela.
Uma alma vendida, a minha
Um sopro fraco nesta imensa cela
Um amor no nada, absoluto....
Domingo, 6 de Junho de 2004
Metamorfose no silêncio
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Digo adeus a um modo de vida que me transformou. A metamorfose que já há muito deveria ter esquecida. Tanto por tão pouco e tão bom que foi saber-me misterioso mas quem se despe deixa de ter interesse.
Abro os braços para que me leves. Tira-me este louco de dentro de mim pois o génio já se esgotou. Agora são estilhaços de um todo que não é nada, já nada trás de novo...
Agora... Quero descansar o corpo e o ego.
Sábado, 5 de Junho de 2004
Mais um amanhecer
Um amanhecer que é o fim do dia
Um acordar em sobressalto...
Com uma ventania que não deixa perceber quem fala
Sou um misto de Apolo e Marte
Enquanto se ri Baco.
Uma mente quente, louco enamorado
Que desfaz um mundo há muito tempo sustentado
Por um jogo e uma harmonia monótona.
Só me sinto o caos e o fim
O início de um novo entrelaçar de almas
Mas nesta ponte nova sobre ponte corroída
Já te perdi.
E nesta vida
O meu motivo deu-me e levou-me a calma adquirida